sugestão de trilha sonora para essa edição ♫
Dia desses conversando com uma grande amiga falávamos sobre como conseguimos 'fazer as pazes' com as redes sociais, como fomos nos entregando lentamente aos seus encantos. Me lembro que quando o Instagram surgiu eu usava a minha conta fechada porque queria ter o controle de quem me observava. Depois de um tempo, orientada por gente do meio artístico, eu fiz uma conta profissional, aberta, que é a única que uso hoje. Confesso que ainda me custa entender essa ferramenta como uma janela aberta (escancarada) da sua vida íntima e pessoal. Eu gosto da ideia de compartilhar, só acho que tudo tem limite, mesmo, rs! Li em algum lugar (leio tantas coisas aleatórias que realmente não sei dizer a fonte dessa frase):
'quando você mostra tudo, o que é que tem pra esconder?'
Mas a realidade é que hoje, quando se trata da divulgação do seu trabalho, o Instagram é praticamente obrigatório e acho que a armadilha encontra-se aí. Sabe-se que quantidade não quer dizer qualidade, sobretudo quando se trata das redes sociais, mas sabe-se também que hoje o número de seguidores é determinante pra uma aprovação num papel pra uma série, por exemplo (bizarro). De qualquer maneira, eu nunca fui esse tipo de atriz, o que quero dizer é que nunca consegui trabalhos sendo medida pelo padrão do momento (sem qualquer julgamento). Essas demandas da ‘indústria’ sempre existiram, elas só mudaram de formato. Antigamente você tinha credibilidade como ator se tivesse feito algo na Rede Globo, hoje todo mundo quer passar pelos streaming, inclusive os atores da Globo.
Enfim, fato é que eu me rendi Instagram, gosto mesmo de usá-lo e tal, mas meu ponto de reflexão é: como posso usar essa rede em meu benefício, sem que ela me domine, sem que eu me perca dentro dela? E a partir desse e de outros questionamentos eu entendi que o meu desejo, com o Instagram mais precisamente, pra além de seguir quem realmente me interessa, é criar pontes para outros espaços, usar a conta justamente pra tirar o foco dela e abrir caminhos paralelos. Pode parecer bobo, mas que você esteja agora usando seu tempo pra LER uma newsletter (enquanto você poderia estar rolando um feed infinito cheio de recortes manipulados da vida das pessoas), isso é, atualmente, quase que viver à margem, rs!
Então que eu não vou participar da ‘corrida do número de seguidores’, nem fazer de tudo para angariar os recebidos que nunca recebi, mas quero sim me relacionar com a minha pequena e fiel ‘audiência’ para que nos desloquemos juntos para outros lugares, criar novas experiências. E para abrir novos caminhos, é preciso percorrê-los, é preciso caminhar! ;)
A newsletter é essa via alternativa de livre expressão que eu criei. Aqui estou sem a tensão de ter que seguir qualquer tipo de protocolo. Aqui o tempo é meu. Mas ainda assim isso é um espaço virtual, você vai me dizer. Sim,! Mas não deixa de ser um novo elo, uma conexão outra, que permite expandir meu universo pra além da minha rede 'social'.
Um dos hábitos que criei e que já contei aqui em alguma outra edição: quando eu preciso me concentrar em algo, eu coloco meu celular no modo avião. E dou essa dica pra todo mundo que deseja materializar qualquer tipo de criação. Ironia da vida, antigamente eu já ouvia de muita gente que era no avião que elas conseguiam encontrar tempo pra relaxar de verdade, pra terminar de ler um livro, pra não pensar em nada. Então que eu amo o conceito de modo avião. Hoje em dia quando eu estou com pessoas (as mesmas de sempre já que estamos quarentenados, rs!), eu tento deixar meu celular longe e de cabeça pra baixo de preferência. Claro que temos compromissos, mas o mundo precisa se acostumar a esperar, as pessoas precisam aprender a respeitar a nossa vida pessoal, aquela que não é considerada produtiva, mas que é justamente a que faz de você um grande artista, um trabalhador mais empático, mais compromissado e, veja só, mais produtivo! Eu valorizo muito as experiências de vida! O trabalho também! Mas pra mim existe um cruzamento aí, uma coisa atravessa a outra, não tem como algo estar acima das minhas vivências. Talvez por isso eu esteja sem grana, brincadeira, rs! O fato é que ter grana envolve taaaantas outras coisas, que se fosse só o amor pela profissão, com certeza, eu seria bilionária! ;)
Outro hábito que comecei a cultivar: